31-08-2010 ////////
Nosso Lar
Conheça as curiosidades e o números que justificam o título de superprodução
Uma muralha de 70 metros de comprimento construída em Guaratiba, no Rio de Janeiro, meia tonelada de gelo seco para produzir fumaça e uma pedreira de 10 mil metros quadrados como locação. Estes são alguns dos números e curiosidades das filmagens de “Nosso Lar”, uma superprodução que traz efeitos visuais inéditos no cinema nacional. Abaixo, você pode conhecer outros detalhes que aumentam a curiosidade em torno do longa, baseado na obra psicografada pelo médium Chico Xavier que narra a trajetória do médico André Luiz em uma colônia espiritual após a morte.
Muralha
As filmagens foram realizadas no Rio de Janeiro e em Brasília durante oito semanas. A muralha de “Nosso Lar” foi construída ao ar livre em uma fazenda em Guaratiba, no Rio de Janeiro, tinha cerca de 70 metros de comprimento e sete metros de altura. Sua construção envolveu cerca de 30 profissionais e durou um mês. Encerradas as gravações em Guaratiba, a equipe transportou o portal e 20 metros de muralha para o bairro de São Cristovão, onde foram filmados cenas da entrada e da alameda principal da colônia Nosso Lar.
Efeitos Visuais
A empresa canadense Intelligent Creatures trabalhou durante nove meses para aperfeiçoar visualmente 350 imagens do filme. A equipe chegou a contar com 90 profissionais. Já a equipe brasileira viajou diversas vezes para Toronto e enfrentou temperatura negativa de 33 graus.
Para filmar “Nosso Lar”, foram necessários cerca de 1.000 metros quadrados de chroma key (fundo azul). Em alguns casos, como os das cenas da parte externa da cidade Nosso Lar, rodadas no Monumento aos Pracinhas, no Rio de Janeiro, a equipe precisou produzir um chroma-key de 360 metros quadrados.
Nas cenas da casa de Lísias, foram construídas fachadas de algumas casas e com a ajuda dos painéis de chroma-key, originou-se um efeito de uma rua repleta de casas.
Efeitos Especiais
Os efeitos visuais consumiram mais de 2.000 metros de fios, tubos e cabos nas filmagens. Também foram usadas mais de 50 máquinas e mais de meia tonelada de gelo seco para reprodução dos diferentes tipos de fumaça.
Aeróbus
Com cerca de 14 metros de comprimento e peso de sete toneladas, o aeróbus era tão grande que a equipe não conseguia lugar para guardá-lo. Foi construído em Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul, e demorou cinco dias para chegar ao Rio de Janeiro em uma carreta estendida, único meio de transporte capaz de fazer o frete.
Umbral
As cenas do umbral foram realizadas em uma pedreira no bairro de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. O lugar tem 10.000 metros quadrados, duas vezes o tamanho do estádio do Maracanã. Nas filmagens, foram utilizados 8 km de cabo e as luzes tiveram de ser erguidas por dois “carvalhões” (tratores) a mais de 50 metros de altura.
Cena da Guerra
A cena foi responsável pelo dia mais longo de filmagem. O ambiente inóspito e a locação longínqua transformaram a gravação em uma verdadeira operação de guerra, que contou com quase todo o elenco, equipe e figurantes, somando cerca de 1.000 pessoas no set.
Figurino
O processo de criação do figurino para os habitantes do umbral baseou-se na ideia de como eram aqueles espíritos enquanto encarnados - estilo de vida, hábitos, roupas. Posteriormente, as cerca de 1.500 peças de figurino foram desgastadas.
Diretor e equipe explicam como transformaram as locações para a filmagem, além de dar detalhes sobre a maquiagem e o figurino.
Veja o trailer de "Nosso Lar".
Efeitos visuais usados no filme são inéditos no cinema nacional.
Trilha sonora tem composições de Philip Glass gravadas pela Orquestra Sinfônica Brasileira, que estreia no cinema.
Confira entrevistas com Renato Prieto, o André Luiz de "Nosso Lar" e Werner Schünemann, além de matéria com Othon Bastos.
Veja vídeo em que os atores contam a história do filme.
05-08-2010 ////////
Nosso Lar
Trilha sonora luxuosa com Philip Glass e OSB
“Em geral, a trilha sonora fica com o que sobra do orçamento, mas dessa vez foi diferente. Trabalhamos com conforto”. A frase de Guto Graça Mello, diretor musical de “Nosso Lar” e responsável por trilhas sonoras de 38 filmes nacionais, revela uma das grandes apostas feitas pela produção do filme, que estreia no dia 3 de setembro. O investimento pode ser simbolizado pela presença de duas instituições de peso nos créditos: Phillip Glass e a Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB).
Um dos maiores compositores americanos vivos, Glass é responsável por temas e trilhas de quase uma centena de filmes, entre eles “Kundun”, “As Horas” e “Notas sobre um Escândalo”, pelos quais foi indicado ao Oscar, além de “O Show de Truman”, vencedor do Globo de Ouro, e “Mishima: Uma Vida em Quatro Tempos”, que rendeu a Palma de Ouro em Cannes pela contribuição artística. Para “Nosso Lar”, produziu oito temas que foram adaptados à métrica das cenas por Guto e sua equipe, e executadas pela OSB, que pela primeira vez em sete décadas de história gravou para uma produção cinematográfica.
“Nunca havia trabalhado com composições de outra pessoa e mexi muito no que ele fez. No início fiquei assustado. Cheguei aos Estados Unidos para mostrar a ele, preocupado, mas Philip gostou muito, o que me deixou muito envaidecido”, confessa humildemente o tarimbado Guto, complementando: “É uma trilha basicamente sinfônica, como as grandes trilhas americanas. Não é aquela coisa miúda que costuma ser feita por aqui”.
A “coisa miúda”, no caso, é a contratação de poucos músicos que, em alguns casos, gravam diversas vezes os mesmos trechos com seus instrumentos. As gravações são sobrepostas para simular uma orquestra. A qualidade, porém, não pode ser comparada à da execução de uma orquestra do porte da OSB. “No mundo inteiro, poucas produções têm esse privilégio porque é caro. Foi uma chance ímpar para nós, ainda mais com músicas do Glass. Espero que isso aconteça outras vezes”, conta o maestro Marcos Araraki, regente assistente da orquestra, citando um clássico ao analisar o trabalho do americano: “Ele conseguiu captar bem o clima das cenas. Há filmes em que a trilha provoca reações e faz toda a diferença, como ‘Psicose’. Em ‘Nosso Lar’, o Glass constrói bem a emoção”.
As participações do renomado compositor e da OSB foram a concretização de um desejo tratado inicialmente como sonho pelo diretor Wagner de Assis. Até o momento em que a produtora Iafa Britz resolveu pagar para ver e ligou para Glass. “Liguei para ele, que gostou do projeto e fez oito temas belíssimos. Não fomos atrás dele por ser um grande nome internacional, pois há grandes músicos no Brasil. A escolha foi pelo estilo. Ele foi o primeiro em que pensamos”, explica Iafa, que tem um pôster do compositor na parede de seu escritório há anos.
Com músicas de Glass, a produtora e Wagner concluíram que precisariam de uma orquestra e procuraram a OSB. Como, nos Estados Unidos, os temas são compostos livremente, sem preocupação com o tempo das cenas, foi preciso chamar um profissional com experiência suficiente para editar a música do americano, caso de Guto. Iafa diz que, graças ao desejo de todos de participar do projeto, o montante gasto ficou dentro da realidade brasileira: “Quando você negocia valores com essas pessoas, elas sabem que não estão lidando com Hollywood. O percentual gasto com a trilha foi pouco superior ao da média dos longas nacionais. No fundo, o Glass e a OSB participaram porque quiseram. Foi uma novidade para todos”.
Veja também o trailer do filme e os vídeos com o making of e os bastidores dos efeitos visuais e sonoros.
Leia reportagem sobre os efeitos especiais de "Nosso Lar".
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